Pensão por Morte no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) Após a Reforma da Previdência


A pensão por morte é um dos benefícios mais importantes do sistema de seguridade social, oferecendo suporte financeiro aos dependentes de segurados falecidos.

Com a promulgação da Emenda Constitucional 103/2019, também conhecida como Reforma da Previdência, diversas mudanças foram introduzidas para o cálculo e concessão deste benefício. 

Neste artigo, vamos analisar como essas mudanças impactam o valor da pensão por morte, com foco nas novas regras estabelecidas para o cálculo das cotas e o tratamento dos dependentes, incluindo a situação de dependentes inválidos.

Caso Hipotético: Alan e a Pensão por Morte


Imaginemos o caso de Alan, um segurado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que faleceu em 1º de dezembro de 2019. Alan era empregado formalmente e possuía uma média de salários de contribuição de R$ 2.000,00 desde julho de 1994. Na data de seu falecimento, ele havia completado 25 anos de contribuição. Como seus dependentes, ele deixou a esposa, Alana, e o filho, Joaquim, de 12 anos.


Com a reforma da Previdência em vigor no momento do falecimento de Alan, é necessário entender como as novas regras afetam a concessão da pensão por morte aos seus dependentes.


Questões a Serem Respondidas


1. Qual será a renda mensal do benefício para os dependentes de Alan?

2. O que ocorrerá com a cota de pensão de Joaquim quando ele atingir 21 anos?

3. Se algum dependente fosse inválido, o valor da pensão seria alterado?


Análise Jurídica das Novas Regras


A Emenda Constitucional 103/2019, que entrou em vigor imediatamente após sua publicação em novembro de 2019, trouxe mudanças significativas para o benefício de pensão por morte. O artigo 23 da emenda estabelece que a pensão será calculada com base em cotas familiares, e o valor da pensão será composto por uma cota básica de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou que teria direito caso fosse aposentado por incapacidade permanente, acrescida de 10% por dependente adicional, até o limite de 100%.


Cálculo do Valor da Pensão


No caso de Alan, o cálculo da pensão segue os seguintes passos:

Valor base da aposentadoria por incapacidade: Com 25 anos de contribuição e uma média de R$ 2.000,00, o coeficiente para o cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente seria de 70%. Isso resulta em uma aposentadoria no valor de R$ 1.400,00.

Valor da pensão por morte: A pensão será de 70% do valor da aposentadoria, que equivale a R$ 980,00. No entanto, a legislação estabelece que a pensão por morte não pode ser inferior a um salário mínimo. Portanto, o valor final da pensão será ajustado para R$ 1.045,00, o que corresponde ao salário mínimo em vigor.


Respostas às Questões


1. Renda Mensal do Benefício:

A renda mensal da pensão por morte será de R$ 1.045,00, ajustada para o valor do salário mínimo, já que o valor calculado de R$ 980,00 não atinge esse valor.

2. Extinção da Cota do Filho:

De acordo com as novas regras da Emenda Constitucional 103/2019, quando o filho atingir a maioridade de 21 anos, sua cota de pensão será extinta. Não haverá reversão das cotas para os outros dependentes, como ocorria anteriormente.

3. Dependente Inválido:

Caso um dos dependentes de Alan fosse inválido, o valor da pensão seria reajustado para 100% da média da aposentadoria, ou seja, R$ 1.400,00. Isso garante a integralidade do benefício para o dependente inválido, como previsto na reforma.


Conclusão


A Reforma da Previdência trouxe importantes mudanças para a pensão por morte, especialmente no que diz respeito ao cálculo do valor da pensão, a forma como as cotas são distribuídas entre os dependentes e a extinção da cota de pensão para filhos que atingem a maioridade de 21 anos. A aplicação das novas regras da EC 103/2019 torna essencial uma análise detalhada de cada caso, considerando a situação de cada dependente, especialmente em casos de invalidez.


Para os segurados do RGPS e seus dependentes, é fundamental entender essas mudanças para garantir o recebimento do benefício correto. A reforma trouxe maior clareza sobre as cotas por dependente, mas também impôs novos limites e condições que precisam ser observados com atenção para o cálculo da pensão por morte.


Este artigo fornece uma análise detalhada das mudanças na legislação previdenciária, oferecendo uma compreensão clara de como a Reforma da Previdência afeta a pensão por morte e quais são os principais pontos a considerar para os beneficiários de segurados falecidos.









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